Dia da violência contra o idoso: a proteção social à 3ª idade



Dia da violência contra o idoso: a proteção social à 3ª idade

Helison Ferreira – Assistente Social, especialista em Gestão Pública, pesquisador CNPq e professor do curso de Serviço Social da Faculdade UNINASSAU Caruaru



No Brasil, o tema idoso sempre esteve sendo pauta de discussões nas academias, casas de acolhimentos (abrigo) e no âmbito familiar, na existência de uma pessoa com idade superior a 60 anos. No entanto, a discussão apresentada não era versada pela afetividade, nem por melhores condições para promoção da qualidade de vida, mas era tido como um sujeito que, quando a família não podia cuidar, dentro da concepção do obstáculo, o referente seria encaminhado a um abrigo.

Na maioria dos casos, segundo Paula (2016), no seu artigo “Os idosos do nosso tempo [...]”, os idosos tinham sua inteligência refutada diante do preconceito existente. Não que na contemporaneidade o preconceito tenha sido banido, muito pelo contrário, vem sendo exposto, e o número tem crescido significativamente. Essa nova demanda surge pela possibilidade das discussões e pelo fortalecimento da proteção social ao idoso.

Segundo o Estatuto do Idoso, sob Lei Nº 10.741/ 2003, considera-se idoso(a) toda pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Considerando diversos artigos que tratam do assunto em tela, o Brasil terá uma população idosa muito alta em breve. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, em 2050 teremos um aumento no grupo da população idosa de mais de 21% em relação a 2020. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil, atualmente, foram contabilizados mais de 28 milhões de idosos.

O número apresentado nos mostra o quanto precisamos organizar uma rede de atenção que consiga contemplar, de forma integral e singular, o cuidado para com toda população chegue ao ciclo, conhecido popularmente como terceira idade. Não é, e nem será, uma intervenção fácil, porém, é preciso pensar em políticas públicas ainda mais efetivas para conseguir dar conta das demandas que surgem cotidianamente.

O Estatuto do Idoso serve como amparo diante das violências sofridas pela população refletida, do abandono e negligência que, em muitos casos, não eram notificados. Muitas pessoas idosas sofriam todo tipo de violência, tendo a discussão entendida como violência psicológica, física, moral, sexual, matrimonial e financeira. Sendo a primeira e a última as que mais nos deparamos na atualidade. Embora seja disponibilizada rede de comunicação que tratam do assunto, ainda existem muitos idosos que sofrem diariamente a violência. Não podemos pensar que tudo está sob controle e que os idosos estão protegidos, já que temos uma lei que assegura. Pensar dessa forma é refutar o direito de existência, pois, a realidade encontrada nos lares não é a apresentada.

Vale informar que a violência contra a pessoa idosa não ocorre apenas nos lares de família de baixa renda, como muito se pensa, mas que ela se encontra em qualquer lar. A violência não escolhe a família, ela é exercida nos lares onde o(a) agressor(a) acredita que a pessoa com 60 anos ou mais, não tenham direitos.

No dia 15 de junho é pensado o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa e não temos motivos para comemorar, pois, embora tenhamos o Estatuto do Idoso, a rede de comunicação e a propagação de que violência é crime, os agressores não compreendem e continuam negligenciando, agredindo em todas as esferas e nós, enquanto sociedade civil, que enxergamos essa atitude como uma ação errada, não podemos permitir que isso permaneça.

A Faculdade UNINASSAU Caruaru tem feito um resgate da importância de mobilizarmos a rede de proteção ao idoso a partir dos conteúdos trabalhados em sala de aula. Conteúdos que promovam a reflexão sobre a pessoa idosa, contemplando-a na ordem biopsicossocial. Assim, o curso de Serviço Social da Instituição tem apostado na materialização do cuidado com debates e incentivos para que os(as) acadêmicos(as) consigam perceber a importância da propagação acerca do cuidado e proteção, potencializando a discussão nos campos de estágios e que, para o momento atual, a partir do isolamento social, a divulgação e reflexão nas redes sociais, lives e os meios possíveis para inibir qualquer tipo de violência.

É importante contatar os órgãos de proteção que possam servir de apoio em situações em que uma pessoa idosa seja violentada ou negligenciada. É importante pensar que, nesse momento, o que mais importa é propiciar meio de promover uma vida digna e com subsídios necessários para sobrevivência de forma respeitosa.

Comentários